Homenagem a Matilde Rosa Araújo - A Tila

“A Matilde foi a fada-madrinha da literatura infantil”
António Torrado

"É uma espécie de mãe que nos morre"
Luísa Ducla Soares

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Literatura Infantil

EBI de Ferreira de Aves - Os Ovos Misteriosos


Imaginem que eram uma galinha (vá lá, façam um esforço)! Punham um ovo todos os dias e todos os dias lhe ficavam a ver o sítio! Sentiam-se revoltados? Claro que sim! O que fariam?
Este livro de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar está repleto de humor, amizade e ternura ajudando-nos a compreender melhor o valor da solidariedade e a riqueza da diferença.
Na turma do 1º ano a professora esteve a contar esta história. Parou diversas vezes, em "momentos chave", planeados para conversarmos sobre a história. Os alunos anteciparam conteúdos, confrontaram previsões, deram opiniões sobre algumas atitudes e explicaram-nas muito bem... Perceberam lindamente a história porque, todos juntos, no final, conseguiram recontá-la ordenando no quadro as imagens que a professora Sónia distribuiu "ao calhas" por todos!
Também foi engraçado quando inventaram uma música para uma cantiga que vinha no livro. Os colegas do terceiro ano ouviram-nos cantar e não disseram que estavam desafinados!






EB1 de Sátão - O H perdeu uma perna!


Parece impossível mas foi verdade! Quem o conta é a escritora Ana Vicente num livro com umas belíssimas ilustrações de Helena Matoso...
O Livro já andava a ser estudado há uns dias pela turma... hoje, em grande grupo, recontaram a parte da história já lida, tentaram adivinhar o final da história e ouviram o pedacinho em falta (parecia que ia acabar a telenovela)!
Depois, em pequenos grupos, completaram uma ficha sobre o alfabeto, recordando  conteúdos do livro e escrevendo ideias novas...
Mas havia ainda um mistério para desvendar. O que fariam as letras curvas que não podiam ajudar o H, precisamente por serem... curvas? Se não sabem eu conto: cavacas, ovos moles, sorvetes... e não é que essas letras, cheias de curvas, passaram pela sala e deixaram por lá dessas gulodices! Foi por isso que a leitura deste livro terminou com uma grande festa na sala! No fim o H, encheu-se de brio e até fez um discurso!








EB1 de Avelal - O Pássaro da Alma

Sessão implementada a partir do livro de Michal Snunit "O Pássaro da Alma". Trata-se de um livro para todas as idades que nos explica, de forma poética e única, o que é a alma...
Sentados numa roda, os alunos, de primeiro e segundo ano, anteciparam conteúdo a partir do título e da imagem da capa. Ouviram a história e fizeram um jogo que consistiu em adivinhar as "gavetas" que se abrem perante acontecimentos sugeridos pela professora... Ainda houve vontade para completarem a imagem de um pássaro, organizando nas suas asas bons e maus sentimentos e para fazerem um jogo de mímica expressando os sentimentos a partir da leitura de passagens do livro. Como passou rápida esta manhã!



EB1 de Casal de Cima - Uma Zebra ao Telefone

Este livro de António Garcia Barreto apresenta-nos a Riscadinha, uma zebra estranhíssima. Não sei se será bem uma zebra porque imaginem que perdeu as riscas!
Os alunos da professora Belém começaram por montar o puzzle da capa descobrindo logo imensas coisas sobre a história. Nem foi preciso abrir o livro!
Depois, a partir de um conjunto de sete imagens, fizeram uma selecção tentando descobrir a que ficava melhor no início, ordenando as cinco do meio e palpitando qual seria a imagem final. Saiu uma história surpreendente mas que pouco tinha a ver com a inventada por António Garcia Barreto! Ficámos todos a saber isso quando a professora Belém nos leu a história original.
No final os alunos inventaram e escreveram um anúncio, procurando emprego. Foi para dar uma ajudita à Riscadinha!


EBI de Ferreira de Aves - A QUE SABE A LUA?

Vou contar-vos um segredo: os alunos da sala doze provaram a lua e já conhecem o seu sabor!


    

 

 

Literatura para a Infância

A Sessão de Literatura para a Infância decorreu a 7 de Junho,  na EB1 de Sátão.



O verbo ler não suporta o imperativo. 

É uma característica que partilha com o verbo amar e sonhar…



Daniel Penac








Em Baixo, Daniel Sampaio refere-se à importância do livro e da leitura...





Entrevista com Ana Maria Machado, uma das mais importantes autoras de literatura infantil do Brasil...



Cantar contos infantis!





La flor más grande del mundo (conto de José Saramago).



Conhecimento Explícito da Língua





Ajudar a criança a reflectir sobre a língua é possibilitar-lhe aceder a níveis mais elaborados do conhecimento linguístico que, por sua vez, se reflectirá na forma como ela compreenderá o material escrito e a mensagem nele contida.

Sim-Sim

EBI de Ferreria de Aves - VAMOS ARRUMAR PALAVRAS



Arrumar peúgas é uma coisa maçadora! Já arrumar palavras pode ser um desafio aliciante… 
A turma foi dividida em três grupos e, a cada grupo, foram distribuídas quatro caixas onde os alunos deveriam arrumar dezenas de palavras que se encontravam espalhadas pelas mesas…
Seria para arrumar por ordem alfabética? Não. As caixas são só quatro e as letras são tantas!
Seria para arrumar pelo tamanho da palavras? Há as grandes,  as médias e as pequenas. Também não podia ser!
O critério teria de ser outro! As palavras teriam de ser arrumadas por classes: nomes, pronomes, verbos e adjectivos. E não havia nenhuma que não coubesse neste critério!



EB1 de Vila Nova de Paiva - GRAMÁTICA AOS PONTOS

Hoje a professora Helena apresentou-se na sala com umas caixas misteriosas. Pareciam matrioskas russas porque entravam umas dentro das outras... disse que ia-mos fazer um jogo! As regras eram simples: os alunos tinham que mimar uma palavra dada que vinha escondida dentro das tais caixas e a equipa adversária tinha de adivinhar a palavra mimada e cumprir uma pequena tarefa de conhecimento explícito. Cumpridas estas tarefas poderiam ganhar dez pontos! Os pontos ditariam o vencedor e isso obrigou a turma a estar muito atenta! No final acabámos por ganhar todos porque conseguiram aplicar dezenas de conteúdos de conhecimento explícito!






III Encontro Nacional do PNEP




Decorreu em Lisboa, entre 29 e 30 de Abril, o III Encontro Nacional de Formação do PNEP. O Núcleo de Viseu esteve representado pelo seu coordenador institucional, pelos formadores residentes da turma B3 (todos) e B12 (3 formandas).
Foram dois dias destinados à apresentação e debate de temas que marcarão o ensino do português, no nosso país, nos próximos anos lectivos. Permitiram ainda uma útil reflexão sobre práticas educativas.



O novo acordo ortográfico que deverá ter aplicação nas escolas até 2012 foi o tema que ocupou o primeiro dia de trabalhos (implementação plena em 2014). No período da manhã o Prof. Ivo de Castro, da Faculdade de Letras de Lisboa, dinamizou uma conferência sobre o tema e, no período da tarde, decorreram oficinas dinamizadas por coordenadores de núcleo.


O Acordo Ortográfico – Prof. Ivo de Castro

Num tempo em que a implementação do acordo ortográfico é já um dado adquirido, o Prof. Ivo de Castro referiu-se aos movimentos de contestação e à necessidade de criar bases sólidas que garantam a sua aplicabilidade em todos os países de língua portuguesa. Neste momento a aplicação do acordo é já uma inevitabilidade pelo que é incontornável a sua implementação e uso nas escolas.
É indiscutível que o português europeu não possui norma fonética e não existe consenso quanto à chamada pronúncia culta da língua. A variedade fonética padrão, mais aceite é a da televisão que chega com enorme facilidade a toda a população. A escola é a única instituição que pode rivalizar com os meios de comunicação social, enquanto reguladora da pronúncia mais erudita da língua. Existe no entanto uma norma ortográfica que pelo seu carácter rígido necessita de adaptações pontuais ao longo dos tempos. Encontramo-nos num desses momentos. O acordo ortográfico pretende trazer legitimação (não unificação) à escrita existindo diferenças gráficas que irão continuar a existir.
O Professor Ivo de Castro apresentou uma interessante perspectiva histórica da ortografia do português.
séc. XIII
Verifica-se uma tentativa de aproximação entre a escrita e a maneira de falar.
séc. XVI
Com a imprensa e a produção de textos escritos em massa houve necessidade de criar uma norma ortográfica que levou a ortografia a regressar tendencialmente à forma latina, escrevendo-se apenas para efeitos gráficos. Os problemas surgiriam com a aprendizagem da leitura em que apareciam formas gráficas que não tinham correspondência na oralidade. Aí a ortografia influenciou a forma de pronunciar certas palavras.
séc. XIX
Havendo cada vez mais pessoas a escrever, verifica-se uma tentativa de aproximação entre a ortografia e a foram como as pessoas falam. Houve tentativas para criar uma ortografia fonética.
séc. XX
Decretou-se uma norma ortográfica, só em Portugal, esquecendo as propostas brasileiras. Várias tentativas de acordo se seguiriam!
1943 - Acordo que ainda se encontra vigente no Brasil.
1945 - Acordo vigente em Portugal que ”visava, através de uma absoluta unificação ortográfica, a reunificação da língua portuguesa nas suas componentes gramaticais, lexicais e até mesmo fonológicas”.
1973 - Mini-acordo vigente em Portugal.
1986 – Acordo abandonado por ser uma tentativa inviável de unificação.
1988 – Acordo abandonado.
1990 – Acordo aprovado, assinado, esquecido e recordado em 2002. Assenta na consciência de que é impossível a reunificação das diversas variantes da língua portuguesa. Prevê facultatividade legitimando grafias duplas.
Esta arbitrariedade, em termos absolutos, dificulta, em sala de aula, as correcções ortográficas, por colidir com qualquer conceito de norma. Por outro lado, esta facultatividade, bem utilizada, pode ter efeitos que engenhosamente o professor pode usar na sala de aula. Porque é que os meninos hão-de escrever todos da mesma maneira se falam de maneiras diferentes? Os ingleses não escrevem todos da mesma maneira e o português não se escreveu sempre da mesma maneira. Os alunos terão de ser educados para aceitar os diferentes registos ortográficos pois a qualquer momento poderão ser confrontados com esses registos, dado que a existência de um novo acordo não implica a eliminação dos registos utilizados até agora ou a destruição das obras até aqui publicadas. A ortografia será mais uma questão de aquiescência do que de imposição.

Esta conferência apresentada pelo Prof. Ivo de Castro ajudou-me a encarar com mais serenidade a reforma que agora vivemos como mais uma na história do português enquanto língua viva e em constante evolução, sem esquecer que o peso da mudança da ortografia vai cair sobre a escola e os professores.








O segundo dia iniciou-se com oficinas temáticas de partilha de práticas e materiais. Os temas destas oficinas foram o conhecimento da língua, a expressão escrita, a leitura e tecnologias e ensino da língua.

O núcleo de Viseu apresentou actividades de escrita nos domínios textual e ortográfico. As primeiras foram planificadas com base no “ciclo da escrita” dando-se alguma ênfase à fase do desempenho de funções enquanto etapa essencial para a motivação e desenvolvimento do gosto pela escrita. A manhã foi pequena para explorar a riqueza das actividades apresentadas. Estou certo que muito haveria anda para aprender!


A tarde foi preenchida com a conferência da Prof. Inês Sim-Sim, Coordenadora Nacional do PNEP que versou sobre “Metas na Aprendizagem da Língua Portuguesa”. A necessidade de definir de metas de aprendizagem surgiu com a implementação de diversos estudos internacionais de aprendizagem que avaliaram desempenho dos alunos. Estas metas “definem aquilo que os alunos devem saber, sem mostrar o caminho para lá chegar”. Permitirão organizar as aprendizagens, avaliar e comparar resultados de forma mais objectiva.




Considero a participação neste encontro uma experiência marcante na minha carreira profissional, tanto pela pertinência dos temas como pela boa organização geral do encontro. Estamos todos de parabéns!
JoãoDuarte