As tuas mãos servem para proteger...



Enviaram-me-me este vídeo lindíssimo que não podia deixar de o partilhar no blog... ergamos as mãos contra o castigo físico!

Trata-se de um vídeo da responsabilidade do Conselho da Europa e do Ministério de Educação Espanhol.


Oficina de Escrita: A Arte de Aprender a Escrever


Ensinar a escrever, assim como ensinar, é uma arte, uma arte porque não temos base sólida de conhecimentos. Tacteamos, experimentamos e assim vamos avançando. Uma arte que envolve ralações  entre pessoas, entre seres humanos e essa é a parte mais bela da arte de ensinar e de ensinar a escrever

Carliza Vettorato Timm



ACTIVIDADES


Escola de Casal de Cima - RETALHOS DE...



A oficina foi implementada para alunos do 1º e 4º ano pelo que houve necessidade de fazer alguns ajustes na fase da escrita. A actividade implementada foi "Retalhos da Professora" e tinha como objectivo treinar com os alunos (4º ano) a escrita de textos descritivos.
Elaborou-se uma manta de retalhos com desenhos, palavras e frases sobre a professora. Definiu-se a estrutura do texto e aspectos a incluir (avaliação).
(...)

EB1 de Sátão - A RIMA DO ROMEU

Será que todos sabem o que é um facochero? Os alunos da professora Dalila também não sabiam mas descobriram no dia 13 de Abril... para isso usaram diversas estratégias de compreensão oral/escrita. Anteciparam conteúdos, levantaram hipóteses, fizeram investigação e novas leituras, confrontaram informações. E tudo isto sabem para quê? Para descobrirem que um facochero é um javali. Claro que também aprenderam outras coisas importantes: como organizar informação, como escrever textos informativos, como avaliar este tipo de textos...









EB1 de Sátão - NÃO SEJAM REPETITIVOS


Com esta sessão pretendíamos que os alunos tomassem consciência de que devemos evitar repetições desnecessárias de palavras nos textos que escrevemos.
A turma, de segundo ano, leu um texto, identificando repetições desnecessárias. Procuraram sinónimos que substituíssem as palavras identificadas, agruparam-nas pela sua semelhança semântica... No final fizeram a reescrita do texto, em grupos, avaliando e decidindo a melhor escolha. O texto ficou bem mais agradável!



“Literatura para a infância e ilustração: uma leitura em diálogo” reflexão sobre a conferência dinamizada por Ana Margarida Ramos


Com o objectivo de divulgar a literatura ou apenas por desígnios comerciais, as editoras têm vindo a lançar um interminável número de obras de literatura infantil cujo elevado nível de qualidade estimula tanto os mais jovens como os próprios adultos. E é preciso ter a noção de que são precisamente os adultos o primeiro “crivo” a que se submetem estas obras literárias, na medida em tanto em casa com nas bibliotecas públicas ou na escola são os adultos quem escolhe e adquire as obras que estarão disponíveis aos mais novos. Esta situação é ainda evidente na escola onde o Ministério da Educação, através do Plano Nacional de Leitura, preceitua obras e estratégias de leitura para cada ano de escolaridade, com o objectivo de criar saudáveis hábitos de leitura e “ler mais”!

Margarida Ramos apresentou nesta conferência os álbuns narrativos. Esta franja editorial é uma das responsáveis pelo aparente sucesso do Plano Nacional de Leitura em Portugal. São livros que apresentam uma relação simbiótica entre o texto e a imagem, privilegiando e os elementos paratextuais como as guardas, a página de rosto, a ficha técnica, a capa, a contracapa… o próprio código de barras, em algumas editoras!
São livro que, por privilegiarem a imagem, podem levar os compradores a considerá-los próprios apenas para crianças que ainda não aprenderam a ler mas que exigem uma capacidade de leitura bastante desenvolvida. Segundo Margarida Ramos, durante a leitura de um álbum narrativo, “o cérebro ilumina-se todo”, sugerindo que essa actividade possa ser representada por uma fórmula matemática muito simples: “texto vezes imagem ao quadrado”!
As estratégias que fomos implementando, durante as sessões de compreensão da leitura, no âmbito das sessões tutoriais, adequam-se como uma luva à leitura dos álbuns, a começar pela antecipação do conteúdo, através da observação da capa e contracapa, o filtrar do texto e das imagens em busca de chaves, a antecipação de conhecimentos anteriores sobre os temas… A capa destes livros, quase sempre criada em articulação directa com a contracapa, oferece normalmente ao leitor indicações relevantes à compreensão da narrativa como os personagens, o título, o tema, o género, o público alvo…
Para ler um álbum não é apenas necessário saber que usamos uma determinada direccionalidade do texto mas estar atento a pormenores menos perceptíveis para quem se habituou ao modelo tradicional de leitura. Assim devemos estar atentos às imagens, articulando-as com o texto (se o houver):
- verificando se confirmam o texto e descobrindo nelas novas informações,
- começando nos grandes planos e descendo aos pormenores,
- procurando nelas relações de conotação, denotação, metafóricas, simbólicas, poéticas…
- relacionando as imagens entre si e procurando nelas linhas de sentido e de orientação,
- interrogando-se sobre as opções de cores, formas, símbolos, códigos culturais, técnicas, estilos…
Tratou-se de uma sessão de grande interesse pedagógico e muito adequada aos desafios impostos à escola através do Plano Nacional de Ensino do Português e do Plano Nacional de Leitura.
JoãoDuarte

“Ensino da leitura e os desafios colocados pela leitura no ecrã”- reflexão sobre a conferência dinamizada por Inês Sim-Sim





Vivemos um tempo em que o homem se move a ritmos dissemelhantes. A era digital é uma realidade que há muito vem obrigando a escola a promover a reflexão sobre os renovados suportes de texto e as modernas formas de leitura no ecrã, onde se inclui a leitura multimodal, imposta pelos novos suportes de texto. Trata-se de um tempo em que um indivíduo, não fazendo parte do privilegiado grupo dos nativos digitais, é obrigado a imigrar para esse novo mundo correndo o risco de, não o fazendo, ficar à margem, tornando-se parte integrante de um cada vez mais vasto grupo de analfabetos; os analfabetos digitais!



Inês Sim-Sim considera estar demonstrado que nascemos com programação genética para a linguagem oral. O mesmo parece não acontecer quando se trata de ler e escrever, embora estas dimensões da comunicação dependam da oralidade e o cérebro possua a capacidade para converter e reverter estas duas dimensões.



Procurando ilustrar a evolução do homem em função do desenvolvimento da leitura e da escrita, a conferencista fez uma breve referência à evolução da escrita desde o quarto milénio a.C. que determinou a progressiva adaptação neurológica do cérebro humano. Actualmente, encontra-se demonstrado que a leitura digital (internet II) apela à rapidez da tomada de decisão e à experimentação de novos circuitos neurais. Navegar numa página de internet, exige que sejamos críticos e possibilita a constante tomada de decisões, mudando, criando, editando, partilhando, colaborando em rede. A leitura multimodal obriga-nos a integrar complexas e múltiplas formas de comunicação onde se inclui a escrita, o áudio, o vídeo, a imagem…





Trata-se de uma nova dimensão do conhecimento que atravessa de forma transversal todas as áreas curriculares e obriga a escola a adoptar renovadas estratégias de ensino e a assumir novos desafios que permitam o desenvolvimento nos alunos de um espírito crítico que lhes permita transformar-se neste desafiante “andaime digital”, apenas estimulante e interessante para alguns!
JoãoDuarte

Sessão Plenária Regional 2009/2010



A Sessão Plenária Regional do Núcleo de Viseu do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP) decorreu na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, a 24 de Abril de 2010. Contou com a presença de quase quatro centenas de participantes onde se incluíram os professores envolvidos no PNEP e outros dos restantes níveis de ensino.
A Presidente da Escola Superior de Educação, Professora Doutora Maria Cristina Azevedo Gomes presidiu à cerimónia de abertura que contou com a dignificante presença da Professora Doutora Inês Sim-Sim, Coordenadora Nacional do PNEP e primeira conferencista da manhã.
Os trabalhos desenvolveram-se em 4 sessões. A primeira teve como oradora a Professora Doutora Inês Sim-Sim e versou sobre “O ensino da leitura e os desafios colocados pela leitura no ecrã”. Seguiu-se a Professora Doutora Ana Margarida Ramos que apresentou o tema: “Literatura para a infância e ilustração: uma leitura em diálogo”.

Após o almoço, a Professora Doutora Iolanda da Silva Ribeiro entreviu sobre o tema “Ensinar e avaliar a compreensão em leitura”. O programa das conferências concluiu-se com a conferência da Professora Doutora Lucília Salgado sobre a “Importância dos processos de Educação de Adultos (RVCC) no desenvolvimento da literacia familiar – contributos para o sucesso escolar das crianças”.
Entendo que actualidade dos temas e a dimensão que os participantes deram ao evento deve orgulhar os seus dinamizadores. A família “penepiana” de Viseu está de parabéns!

Visita à Escola da Ponte

“Os nossos alunos aprendem a ler em dois a seis meses”


Ao ouvir esta afirmação de José Pacheco, num vídeo, na ESE de Viseu, durante uma reunião de acompanhamento para preparação da sessão sobre Consciência fonológica, senti-me aguilhoado e corei!
Naquela ocasião foram várias as questões que assaltaram o nosso pensamento e muito poucas as respostas. Pensámos que uma visita à Escola da Ponte poderia ser esclarecedora e ajudar-nos a compreender melhor este “milagre”!
22 de Abril foi o dia marcado para a visita onde participaram os formadores residentes do núcleo o PNEP da ESE de Viseu.



A Visita

A escola que visitámos foi a primeira a celebrar com o Ministério da Educação um contrato de autonomia. Encontra-se instalada num edifico de área aberta, tipo P3, já com trinta anos de idade ao qual se encontra agregado um pavilhão pré-fabricado.

A visita foi orientada por dois alunos. Quando lhes perguntamos em que ano andavam não nos conseguiram responder. Sentia que estávamos a entrar num mundo diferente… De facto, nesta escola, os anos de escolaridade apenas preocupam aqueles que têm de preencher os mapas que o Ministério da Educação nos vai pedindo com regularidade. Os alunos estão organizados em três núcleos: o núcleo de iniciação que engloba os alunos do 1º, 2º e 3º anos de escolaridade, o núcleo de consolidação que agrupa os alunos do 4º, 5º e 6º anos de escolaridade e o núcleo de aprofundamento que agrega os restantes, até ao nono ano de escolaridade. Passar de um núcleo para o seguinte não está dependente do final do ano lectivo mas da evolução de cada um.
Em vez da mono docência em que se organizam as turmas do primeiro ciclo, os professores são organizados por tutorias, sendo responsáveis por grupos de seis a oito alunos. Monitorizam o seu trabalho individual, reunindo com eles semanalmente e mantendo um contacto mais próximo com os encarregados de educação. Mas os alunos não recorrem apenas a este professor e podem valer-se de todos os professores da escola, conforme a dimensão do conhecimento que estejam, a trabalhar: linguística, lógico-matemática, naturalista, artística…
Trata-se de uma forma de ensinar completamente distinta daquela a que as escolas portuguesas nos habituaram. Os alunos participam activamente na vida da escola, definido em assembleia os direitos e deveres.
Não existem salas de aula com portas fechadas e os alunos circulam livremente pelos espaços de trabalho onde lhes são propostos desafios diversos: linguísticos, matemáticos, científicos… Em todos estes espaços de trabalho encontramos afixadas as folhinhas de registo: “Eu Já Sei”, “Preciso de Ajuda”, “Pesquiso em Casa”… ou o texto da quinzena, o problema da quinzena…
Apercebemo-nos facilmente que o nível de autonomia daqueles alunos. A sua predisposição para a pesquisa e busca do conhecimento, dentro da organização que é imprimida à escola, são absolutamente extraordinárias.

O Ensino da Leitura e da Escrita

É difícil formar uma opinião sobre o funcionamento da escola após uma visita de uma tarde. O que é certo é que esta estadia na Vila das Aves foi para mim marcante do ponto de vista pedagógico. Senti que o ensino estava mais centrado no aluno enquanto ser único e irrepetível.

No que se refere à aprendizagem da leitura e da escrita, o grande segredo deve estar no facto deste ser orientado por professores especializados neste domínio, pouco preocupados em implementar rigorosamente determinado método de ensino mas com capacidade de adaptarem estratégias às características de cada aluno e às suas necessidades, centrando a aprendizagem na relação com a criança.