Homenagem a Matilde Rosa Araújo - A Tila

“A Matilde foi a fada-madrinha da literatura infantil”
António Torrado

"É uma espécie de mãe que nos morre"
Luísa Ducla Soares

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Literatura Infantil

EBI de Ferreira de Aves - Os Ovos Misteriosos


Imaginem que eram uma galinha (vá lá, façam um esforço)! Punham um ovo todos os dias e todos os dias lhe ficavam a ver o sítio! Sentiam-se revoltados? Claro que sim! O que fariam?
Este livro de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar está repleto de humor, amizade e ternura ajudando-nos a compreender melhor o valor da solidariedade e a riqueza da diferença.
Na turma do 1º ano a professora esteve a contar esta história. Parou diversas vezes, em "momentos chave", planeados para conversarmos sobre a história. Os alunos anteciparam conteúdos, confrontaram previsões, deram opiniões sobre algumas atitudes e explicaram-nas muito bem... Perceberam lindamente a história porque, todos juntos, no final, conseguiram recontá-la ordenando no quadro as imagens que a professora Sónia distribuiu "ao calhas" por todos!
Também foi engraçado quando inventaram uma música para uma cantiga que vinha no livro. Os colegas do terceiro ano ouviram-nos cantar e não disseram que estavam desafinados!






EB1 de Sátão - O H perdeu uma perna!


Parece impossível mas foi verdade! Quem o conta é a escritora Ana Vicente num livro com umas belíssimas ilustrações de Helena Matoso...
O Livro já andava a ser estudado há uns dias pela turma... hoje, em grande grupo, recontaram a parte da história já lida, tentaram adivinhar o final da história e ouviram o pedacinho em falta (parecia que ia acabar a telenovela)!
Depois, em pequenos grupos, completaram uma ficha sobre o alfabeto, recordando  conteúdos do livro e escrevendo ideias novas...
Mas havia ainda um mistério para desvendar. O que fariam as letras curvas que não podiam ajudar o H, precisamente por serem... curvas? Se não sabem eu conto: cavacas, ovos moles, sorvetes... e não é que essas letras, cheias de curvas, passaram pela sala e deixaram por lá dessas gulodices! Foi por isso que a leitura deste livro terminou com uma grande festa na sala! No fim o H, encheu-se de brio e até fez um discurso!








EB1 de Avelal - O Pássaro da Alma

Sessão implementada a partir do livro de Michal Snunit "O Pássaro da Alma". Trata-se de um livro para todas as idades que nos explica, de forma poética e única, o que é a alma...
Sentados numa roda, os alunos, de primeiro e segundo ano, anteciparam conteúdo a partir do título e da imagem da capa. Ouviram a história e fizeram um jogo que consistiu em adivinhar as "gavetas" que se abrem perante acontecimentos sugeridos pela professora... Ainda houve vontade para completarem a imagem de um pássaro, organizando nas suas asas bons e maus sentimentos e para fazerem um jogo de mímica expressando os sentimentos a partir da leitura de passagens do livro. Como passou rápida esta manhã!



EB1 de Casal de Cima - Uma Zebra ao Telefone

Este livro de António Garcia Barreto apresenta-nos a Riscadinha, uma zebra estranhíssima. Não sei se será bem uma zebra porque imaginem que perdeu as riscas!
Os alunos da professora Belém começaram por montar o puzzle da capa descobrindo logo imensas coisas sobre a história. Nem foi preciso abrir o livro!
Depois, a partir de um conjunto de sete imagens, fizeram uma selecção tentando descobrir a que ficava melhor no início, ordenando as cinco do meio e palpitando qual seria a imagem final. Saiu uma história surpreendente mas que pouco tinha a ver com a inventada por António Garcia Barreto! Ficámos todos a saber isso quando a professora Belém nos leu a história original.
No final os alunos inventaram e escreveram um anúncio, procurando emprego. Foi para dar uma ajudita à Riscadinha!


EBI de Ferreira de Aves - A QUE SABE A LUA?

Vou contar-vos um segredo: os alunos da sala doze provaram a lua e já conhecem o seu sabor!


    

 

 

Literatura para a Infância

A Sessão de Literatura para a Infância decorreu a 7 de Junho,  na EB1 de Sátão.



O verbo ler não suporta o imperativo. 

É uma característica que partilha com o verbo amar e sonhar…



Daniel Penac








Em Baixo, Daniel Sampaio refere-se à importância do livro e da leitura...





Entrevista com Ana Maria Machado, uma das mais importantes autoras de literatura infantil do Brasil...



Cantar contos infantis!





La flor más grande del mundo (conto de José Saramago).



Conhecimento Explícito da Língua





Ajudar a criança a reflectir sobre a língua é possibilitar-lhe aceder a níveis mais elaborados do conhecimento linguístico que, por sua vez, se reflectirá na forma como ela compreenderá o material escrito e a mensagem nele contida.

Sim-Sim

EBI de Ferreria de Aves - VAMOS ARRUMAR PALAVRAS



Arrumar peúgas é uma coisa maçadora! Já arrumar palavras pode ser um desafio aliciante… 
A turma foi dividida em três grupos e, a cada grupo, foram distribuídas quatro caixas onde os alunos deveriam arrumar dezenas de palavras que se encontravam espalhadas pelas mesas…
Seria para arrumar por ordem alfabética? Não. As caixas são só quatro e as letras são tantas!
Seria para arrumar pelo tamanho da palavras? Há as grandes,  as médias e as pequenas. Também não podia ser!
O critério teria de ser outro! As palavras teriam de ser arrumadas por classes: nomes, pronomes, verbos e adjectivos. E não havia nenhuma que não coubesse neste critério!



EB1 de Vila Nova de Paiva - GRAMÁTICA AOS PONTOS

Hoje a professora Helena apresentou-se na sala com umas caixas misteriosas. Pareciam matrioskas russas porque entravam umas dentro das outras... disse que ia-mos fazer um jogo! As regras eram simples: os alunos tinham que mimar uma palavra dada que vinha escondida dentro das tais caixas e a equipa adversária tinha de adivinhar a palavra mimada e cumprir uma pequena tarefa de conhecimento explícito. Cumpridas estas tarefas poderiam ganhar dez pontos! Os pontos ditariam o vencedor e isso obrigou a turma a estar muito atenta! No final acabámos por ganhar todos porque conseguiram aplicar dezenas de conteúdos de conhecimento explícito!






III Encontro Nacional do PNEP




Decorreu em Lisboa, entre 29 e 30 de Abril, o III Encontro Nacional de Formação do PNEP. O Núcleo de Viseu esteve representado pelo seu coordenador institucional, pelos formadores residentes da turma B3 (todos) e B12 (3 formandas).
Foram dois dias destinados à apresentação e debate de temas que marcarão o ensino do português, no nosso país, nos próximos anos lectivos. Permitiram ainda uma útil reflexão sobre práticas educativas.



O novo acordo ortográfico que deverá ter aplicação nas escolas até 2012 foi o tema que ocupou o primeiro dia de trabalhos (implementação plena em 2014). No período da manhã o Prof. Ivo de Castro, da Faculdade de Letras de Lisboa, dinamizou uma conferência sobre o tema e, no período da tarde, decorreram oficinas dinamizadas por coordenadores de núcleo.


O Acordo Ortográfico – Prof. Ivo de Castro

Num tempo em que a implementação do acordo ortográfico é já um dado adquirido, o Prof. Ivo de Castro referiu-se aos movimentos de contestação e à necessidade de criar bases sólidas que garantam a sua aplicabilidade em todos os países de língua portuguesa. Neste momento a aplicação do acordo é já uma inevitabilidade pelo que é incontornável a sua implementação e uso nas escolas.
É indiscutível que o português europeu não possui norma fonética e não existe consenso quanto à chamada pronúncia culta da língua. A variedade fonética padrão, mais aceite é a da televisão que chega com enorme facilidade a toda a população. A escola é a única instituição que pode rivalizar com os meios de comunicação social, enquanto reguladora da pronúncia mais erudita da língua. Existe no entanto uma norma ortográfica que pelo seu carácter rígido necessita de adaptações pontuais ao longo dos tempos. Encontramo-nos num desses momentos. O acordo ortográfico pretende trazer legitimação (não unificação) à escrita existindo diferenças gráficas que irão continuar a existir.
O Professor Ivo de Castro apresentou uma interessante perspectiva histórica da ortografia do português.
séc. XIII
Verifica-se uma tentativa de aproximação entre a escrita e a maneira de falar.
séc. XVI
Com a imprensa e a produção de textos escritos em massa houve necessidade de criar uma norma ortográfica que levou a ortografia a regressar tendencialmente à forma latina, escrevendo-se apenas para efeitos gráficos. Os problemas surgiriam com a aprendizagem da leitura em que apareciam formas gráficas que não tinham correspondência na oralidade. Aí a ortografia influenciou a forma de pronunciar certas palavras.
séc. XIX
Havendo cada vez mais pessoas a escrever, verifica-se uma tentativa de aproximação entre a ortografia e a foram como as pessoas falam. Houve tentativas para criar uma ortografia fonética.
séc. XX
Decretou-se uma norma ortográfica, só em Portugal, esquecendo as propostas brasileiras. Várias tentativas de acordo se seguiriam!
1943 - Acordo que ainda se encontra vigente no Brasil.
1945 - Acordo vigente em Portugal que ”visava, através de uma absoluta unificação ortográfica, a reunificação da língua portuguesa nas suas componentes gramaticais, lexicais e até mesmo fonológicas”.
1973 - Mini-acordo vigente em Portugal.
1986 – Acordo abandonado por ser uma tentativa inviável de unificação.
1988 – Acordo abandonado.
1990 – Acordo aprovado, assinado, esquecido e recordado em 2002. Assenta na consciência de que é impossível a reunificação das diversas variantes da língua portuguesa. Prevê facultatividade legitimando grafias duplas.
Esta arbitrariedade, em termos absolutos, dificulta, em sala de aula, as correcções ortográficas, por colidir com qualquer conceito de norma. Por outro lado, esta facultatividade, bem utilizada, pode ter efeitos que engenhosamente o professor pode usar na sala de aula. Porque é que os meninos hão-de escrever todos da mesma maneira se falam de maneiras diferentes? Os ingleses não escrevem todos da mesma maneira e o português não se escreveu sempre da mesma maneira. Os alunos terão de ser educados para aceitar os diferentes registos ortográficos pois a qualquer momento poderão ser confrontados com esses registos, dado que a existência de um novo acordo não implica a eliminação dos registos utilizados até agora ou a destruição das obras até aqui publicadas. A ortografia será mais uma questão de aquiescência do que de imposição.

Esta conferência apresentada pelo Prof. Ivo de Castro ajudou-me a encarar com mais serenidade a reforma que agora vivemos como mais uma na história do português enquanto língua viva e em constante evolução, sem esquecer que o peso da mudança da ortografia vai cair sobre a escola e os professores.








O segundo dia iniciou-se com oficinas temáticas de partilha de práticas e materiais. Os temas destas oficinas foram o conhecimento da língua, a expressão escrita, a leitura e tecnologias e ensino da língua.

O núcleo de Viseu apresentou actividades de escrita nos domínios textual e ortográfico. As primeiras foram planificadas com base no “ciclo da escrita” dando-se alguma ênfase à fase do desempenho de funções enquanto etapa essencial para a motivação e desenvolvimento do gosto pela escrita. A manhã foi pequena para explorar a riqueza das actividades apresentadas. Estou certo que muito haveria anda para aprender!


A tarde foi preenchida com a conferência da Prof. Inês Sim-Sim, Coordenadora Nacional do PNEP que versou sobre “Metas na Aprendizagem da Língua Portuguesa”. A necessidade de definir de metas de aprendizagem surgiu com a implementação de diversos estudos internacionais de aprendizagem que avaliaram desempenho dos alunos. Estas metas “definem aquilo que os alunos devem saber, sem mostrar o caminho para lá chegar”. Permitirão organizar as aprendizagens, avaliar e comparar resultados de forma mais objectiva.




Considero a participação neste encontro uma experiência marcante na minha carreira profissional, tanto pela pertinência dos temas como pela boa organização geral do encontro. Estamos todos de parabéns!
JoãoDuarte


As tuas mãos servem para proteger...



Enviaram-me-me este vídeo lindíssimo que não podia deixar de o partilhar no blog... ergamos as mãos contra o castigo físico!

Trata-se de um vídeo da responsabilidade do Conselho da Europa e do Ministério de Educação Espanhol.


Oficina de Escrita: A Arte de Aprender a Escrever


Ensinar a escrever, assim como ensinar, é uma arte, uma arte porque não temos base sólida de conhecimentos. Tacteamos, experimentamos e assim vamos avançando. Uma arte que envolve ralações  entre pessoas, entre seres humanos e essa é a parte mais bela da arte de ensinar e de ensinar a escrever

Carliza Vettorato Timm



ACTIVIDADES


Escola de Casal de Cima - RETALHOS DE...



A oficina foi implementada para alunos do 1º e 4º ano pelo que houve necessidade de fazer alguns ajustes na fase da escrita. A actividade implementada foi "Retalhos da Professora" e tinha como objectivo treinar com os alunos (4º ano) a escrita de textos descritivos.
Elaborou-se uma manta de retalhos com desenhos, palavras e frases sobre a professora. Definiu-se a estrutura do texto e aspectos a incluir (avaliação).
(...)

EB1 de Sátão - A RIMA DO ROMEU

Será que todos sabem o que é um facochero? Os alunos da professora Dalila também não sabiam mas descobriram no dia 13 de Abril... para isso usaram diversas estratégias de compreensão oral/escrita. Anteciparam conteúdos, levantaram hipóteses, fizeram investigação e novas leituras, confrontaram informações. E tudo isto sabem para quê? Para descobrirem que um facochero é um javali. Claro que também aprenderam outras coisas importantes: como organizar informação, como escrever textos informativos, como avaliar este tipo de textos...









EB1 de Sátão - NÃO SEJAM REPETITIVOS


Com esta sessão pretendíamos que os alunos tomassem consciência de que devemos evitar repetições desnecessárias de palavras nos textos que escrevemos.
A turma, de segundo ano, leu um texto, identificando repetições desnecessárias. Procuraram sinónimos que substituíssem as palavras identificadas, agruparam-nas pela sua semelhança semântica... No final fizeram a reescrita do texto, em grupos, avaliando e decidindo a melhor escolha. O texto ficou bem mais agradável!



“Literatura para a infância e ilustração: uma leitura em diálogo” reflexão sobre a conferência dinamizada por Ana Margarida Ramos


Com o objectivo de divulgar a literatura ou apenas por desígnios comerciais, as editoras têm vindo a lançar um interminável número de obras de literatura infantil cujo elevado nível de qualidade estimula tanto os mais jovens como os próprios adultos. E é preciso ter a noção de que são precisamente os adultos o primeiro “crivo” a que se submetem estas obras literárias, na medida em tanto em casa com nas bibliotecas públicas ou na escola são os adultos quem escolhe e adquire as obras que estarão disponíveis aos mais novos. Esta situação é ainda evidente na escola onde o Ministério da Educação, através do Plano Nacional de Leitura, preceitua obras e estratégias de leitura para cada ano de escolaridade, com o objectivo de criar saudáveis hábitos de leitura e “ler mais”!

Margarida Ramos apresentou nesta conferência os álbuns narrativos. Esta franja editorial é uma das responsáveis pelo aparente sucesso do Plano Nacional de Leitura em Portugal. São livros que apresentam uma relação simbiótica entre o texto e a imagem, privilegiando e os elementos paratextuais como as guardas, a página de rosto, a ficha técnica, a capa, a contracapa… o próprio código de barras, em algumas editoras!
São livro que, por privilegiarem a imagem, podem levar os compradores a considerá-los próprios apenas para crianças que ainda não aprenderam a ler mas que exigem uma capacidade de leitura bastante desenvolvida. Segundo Margarida Ramos, durante a leitura de um álbum narrativo, “o cérebro ilumina-se todo”, sugerindo que essa actividade possa ser representada por uma fórmula matemática muito simples: “texto vezes imagem ao quadrado”!
As estratégias que fomos implementando, durante as sessões de compreensão da leitura, no âmbito das sessões tutoriais, adequam-se como uma luva à leitura dos álbuns, a começar pela antecipação do conteúdo, através da observação da capa e contracapa, o filtrar do texto e das imagens em busca de chaves, a antecipação de conhecimentos anteriores sobre os temas… A capa destes livros, quase sempre criada em articulação directa com a contracapa, oferece normalmente ao leitor indicações relevantes à compreensão da narrativa como os personagens, o título, o tema, o género, o público alvo…
Para ler um álbum não é apenas necessário saber que usamos uma determinada direccionalidade do texto mas estar atento a pormenores menos perceptíveis para quem se habituou ao modelo tradicional de leitura. Assim devemos estar atentos às imagens, articulando-as com o texto (se o houver):
- verificando se confirmam o texto e descobrindo nelas novas informações,
- começando nos grandes planos e descendo aos pormenores,
- procurando nelas relações de conotação, denotação, metafóricas, simbólicas, poéticas…
- relacionando as imagens entre si e procurando nelas linhas de sentido e de orientação,
- interrogando-se sobre as opções de cores, formas, símbolos, códigos culturais, técnicas, estilos…
Tratou-se de uma sessão de grande interesse pedagógico e muito adequada aos desafios impostos à escola através do Plano Nacional de Ensino do Português e do Plano Nacional de Leitura.
JoãoDuarte

“Ensino da leitura e os desafios colocados pela leitura no ecrã”- reflexão sobre a conferência dinamizada por Inês Sim-Sim





Vivemos um tempo em que o homem se move a ritmos dissemelhantes. A era digital é uma realidade que há muito vem obrigando a escola a promover a reflexão sobre os renovados suportes de texto e as modernas formas de leitura no ecrã, onde se inclui a leitura multimodal, imposta pelos novos suportes de texto. Trata-se de um tempo em que um indivíduo, não fazendo parte do privilegiado grupo dos nativos digitais, é obrigado a imigrar para esse novo mundo correndo o risco de, não o fazendo, ficar à margem, tornando-se parte integrante de um cada vez mais vasto grupo de analfabetos; os analfabetos digitais!



Inês Sim-Sim considera estar demonstrado que nascemos com programação genética para a linguagem oral. O mesmo parece não acontecer quando se trata de ler e escrever, embora estas dimensões da comunicação dependam da oralidade e o cérebro possua a capacidade para converter e reverter estas duas dimensões.



Procurando ilustrar a evolução do homem em função do desenvolvimento da leitura e da escrita, a conferencista fez uma breve referência à evolução da escrita desde o quarto milénio a.C. que determinou a progressiva adaptação neurológica do cérebro humano. Actualmente, encontra-se demonstrado que a leitura digital (internet II) apela à rapidez da tomada de decisão e à experimentação de novos circuitos neurais. Navegar numa página de internet, exige que sejamos críticos e possibilita a constante tomada de decisões, mudando, criando, editando, partilhando, colaborando em rede. A leitura multimodal obriga-nos a integrar complexas e múltiplas formas de comunicação onde se inclui a escrita, o áudio, o vídeo, a imagem…





Trata-se de uma nova dimensão do conhecimento que atravessa de forma transversal todas as áreas curriculares e obriga a escola a adoptar renovadas estratégias de ensino e a assumir novos desafios que permitam o desenvolvimento nos alunos de um espírito crítico que lhes permita transformar-se neste desafiante “andaime digital”, apenas estimulante e interessante para alguns!
JoãoDuarte

Sessão Plenária Regional 2009/2010



A Sessão Plenária Regional do Núcleo de Viseu do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP) decorreu na Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu, a 24 de Abril de 2010. Contou com a presença de quase quatro centenas de participantes onde se incluíram os professores envolvidos no PNEP e outros dos restantes níveis de ensino.
A Presidente da Escola Superior de Educação, Professora Doutora Maria Cristina Azevedo Gomes presidiu à cerimónia de abertura que contou com a dignificante presença da Professora Doutora Inês Sim-Sim, Coordenadora Nacional do PNEP e primeira conferencista da manhã.
Os trabalhos desenvolveram-se em 4 sessões. A primeira teve como oradora a Professora Doutora Inês Sim-Sim e versou sobre “O ensino da leitura e os desafios colocados pela leitura no ecrã”. Seguiu-se a Professora Doutora Ana Margarida Ramos que apresentou o tema: “Literatura para a infância e ilustração: uma leitura em diálogo”.

Após o almoço, a Professora Doutora Iolanda da Silva Ribeiro entreviu sobre o tema “Ensinar e avaliar a compreensão em leitura”. O programa das conferências concluiu-se com a conferência da Professora Doutora Lucília Salgado sobre a “Importância dos processos de Educação de Adultos (RVCC) no desenvolvimento da literacia familiar – contributos para o sucesso escolar das crianças”.
Entendo que actualidade dos temas e a dimensão que os participantes deram ao evento deve orgulhar os seus dinamizadores. A família “penepiana” de Viseu está de parabéns!

Visita à Escola da Ponte

“Os nossos alunos aprendem a ler em dois a seis meses”


Ao ouvir esta afirmação de José Pacheco, num vídeo, na ESE de Viseu, durante uma reunião de acompanhamento para preparação da sessão sobre Consciência fonológica, senti-me aguilhoado e corei!
Naquela ocasião foram várias as questões que assaltaram o nosso pensamento e muito poucas as respostas. Pensámos que uma visita à Escola da Ponte poderia ser esclarecedora e ajudar-nos a compreender melhor este “milagre”!
22 de Abril foi o dia marcado para a visita onde participaram os formadores residentes do núcleo o PNEP da ESE de Viseu.



A Visita

A escola que visitámos foi a primeira a celebrar com o Ministério da Educação um contrato de autonomia. Encontra-se instalada num edifico de área aberta, tipo P3, já com trinta anos de idade ao qual se encontra agregado um pavilhão pré-fabricado.

A visita foi orientada por dois alunos. Quando lhes perguntamos em que ano andavam não nos conseguiram responder. Sentia que estávamos a entrar num mundo diferente… De facto, nesta escola, os anos de escolaridade apenas preocupam aqueles que têm de preencher os mapas que o Ministério da Educação nos vai pedindo com regularidade. Os alunos estão organizados em três núcleos: o núcleo de iniciação que engloba os alunos do 1º, 2º e 3º anos de escolaridade, o núcleo de consolidação que agrupa os alunos do 4º, 5º e 6º anos de escolaridade e o núcleo de aprofundamento que agrega os restantes, até ao nono ano de escolaridade. Passar de um núcleo para o seguinte não está dependente do final do ano lectivo mas da evolução de cada um.
Em vez da mono docência em que se organizam as turmas do primeiro ciclo, os professores são organizados por tutorias, sendo responsáveis por grupos de seis a oito alunos. Monitorizam o seu trabalho individual, reunindo com eles semanalmente e mantendo um contacto mais próximo com os encarregados de educação. Mas os alunos não recorrem apenas a este professor e podem valer-se de todos os professores da escola, conforme a dimensão do conhecimento que estejam, a trabalhar: linguística, lógico-matemática, naturalista, artística…
Trata-se de uma forma de ensinar completamente distinta daquela a que as escolas portuguesas nos habituaram. Os alunos participam activamente na vida da escola, definido em assembleia os direitos e deveres.
Não existem salas de aula com portas fechadas e os alunos circulam livremente pelos espaços de trabalho onde lhes são propostos desafios diversos: linguísticos, matemáticos, científicos… Em todos estes espaços de trabalho encontramos afixadas as folhinhas de registo: “Eu Já Sei”, “Preciso de Ajuda”, “Pesquiso em Casa”… ou o texto da quinzena, o problema da quinzena…
Apercebemo-nos facilmente que o nível de autonomia daqueles alunos. A sua predisposição para a pesquisa e busca do conhecimento, dentro da organização que é imprimida à escola, são absolutamente extraordinárias.

O Ensino da Leitura e da Escrita

É difícil formar uma opinião sobre o funcionamento da escola após uma visita de uma tarde. O que é certo é que esta estadia na Vila das Aves foi para mim marcante do ponto de vista pedagógico. Senti que o ensino estava mais centrado no aluno enquanto ser único e irrepetível.

No que se refere à aprendizagem da leitura e da escrita, o grande segredo deve estar no facto deste ser orientado por professores especializados neste domínio, pouco preocupados em implementar rigorosamente determinado método de ensino mas com capacidade de adaptarem estratégias às características de cada aluno e às suas necessidades, centrando a aprendizagem na relação com a criança.





Ensino da Escrita: A Avalição

O momento mais rico na aprendizagem
é o da avaliação;
o da interacção entre o aluno e os outros,
quer sejam os seus companheiros,
o seu professor
ou os materiais elaborados


Cassany, 1999




EB1 de Casal de Cima - RECEBEMOS UMA CARTA!


Hoje é dia 3 de Maio. Os alunos de da sala de cima receberam uma carta! Vinha da escola de Rãs...

 

   

Quem recebe uma carta tem o dever de responder o mais depressa possível. foi isso o que andaram os alunos da professora Belém a fazer durante alguns dias...
No primeiro dia identificaram a estrutura da carta que receberam para poderem escrever a resposta sem se esquecerem de nada. Essa carta estava bem escrita e podia servir de exemplo!
Definiram o que deveriam escrever na resposta e começaram a fazer o rascunho do texto. Foi bastante trabalho para o primeiro dia mas assim tinham a certeza de que não se iam esquecer de nada!


Apresentação preparada 
para a dinamização da oficina temática



(trabalho elaborado a partir das reflexões produzidas nas sessões realizadas na ESE de Viseu)