“Ensino da leitura e os desafios colocados pela leitura no ecrã”- reflexão sobre a conferência dinamizada por Inês Sim-Sim





Vivemos um tempo em que o homem se move a ritmos dissemelhantes. A era digital é uma realidade que há muito vem obrigando a escola a promover a reflexão sobre os renovados suportes de texto e as modernas formas de leitura no ecrã, onde se inclui a leitura multimodal, imposta pelos novos suportes de texto. Trata-se de um tempo em que um indivíduo, não fazendo parte do privilegiado grupo dos nativos digitais, é obrigado a imigrar para esse novo mundo correndo o risco de, não o fazendo, ficar à margem, tornando-se parte integrante de um cada vez mais vasto grupo de analfabetos; os analfabetos digitais!



Inês Sim-Sim considera estar demonstrado que nascemos com programação genética para a linguagem oral. O mesmo parece não acontecer quando se trata de ler e escrever, embora estas dimensões da comunicação dependam da oralidade e o cérebro possua a capacidade para converter e reverter estas duas dimensões.



Procurando ilustrar a evolução do homem em função do desenvolvimento da leitura e da escrita, a conferencista fez uma breve referência à evolução da escrita desde o quarto milénio a.C. que determinou a progressiva adaptação neurológica do cérebro humano. Actualmente, encontra-se demonstrado que a leitura digital (internet II) apela à rapidez da tomada de decisão e à experimentação de novos circuitos neurais. Navegar numa página de internet, exige que sejamos críticos e possibilita a constante tomada de decisões, mudando, criando, editando, partilhando, colaborando em rede. A leitura multimodal obriga-nos a integrar complexas e múltiplas formas de comunicação onde se inclui a escrita, o áudio, o vídeo, a imagem…





Trata-se de uma nova dimensão do conhecimento que atravessa de forma transversal todas as áreas curriculares e obriga a escola a adoptar renovadas estratégias de ensino e a assumir novos desafios que permitam o desenvolvimento nos alunos de um espírito crítico que lhes permita transformar-se neste desafiante “andaime digital”, apenas estimulante e interessante para alguns!
JoãoDuarte

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